terça-feira, 20 de novembro de 2018

A LUTA DE MARIELLE CONTINUA

Nessas eleições, o Congresso Nacional terá 74 mulheres entre os 513 parlamentares eleitos  




As candidatas eleitas no Rio de Janeiro dos partidos PSOL e PT
Foto: 
hypeness.com

Bárbara Scarpa
Fonte: Redação hypeness, hypeness.com (adaptado), 08/10/2018

Se tem uma notícia boa em meio ao caos das eleições de 2018, ela mora na conquista de mulheres negras.

Apesar da eleição de deputados defensores do porte de armas, da redução da maioridade penal e com histórico de posturas machistas, representantes do povo negro nas esferas estaduais e federais acendem um fio esperança nos corações dos que acreditam em um futuro melhor para o Brasil.

Isso mostra que a luta de Marielle Franco: mulher negra e a quinta vereadora mais votada no Rio de Janeiro, não foi em vão. Marielle foi assassinada há 7 meses e até hoje não se sabe quem foi o responsável. A ineficiência do Estado é enorme, mas isso não impede que sementes plantadas por ela germinem e deem frutos.

No Rio de Janeiro, terra de Marielle Franco, Talíria Petrone foi eleita a nona deputada federal mais votada no Rio. Ela foi vereadora com trabalho destacado em Niterói e representará mulheres negras no Congresso Nacional.

Em São Paulo, Erica Malunguinho se tornou a primeira mulher transexual a ocupar uma cadeira na Assembleia Legislativa paulista. Antes mesmo de assumir o cargo, a agitadora cultural se tornou um símbolo da luta pela diversidade. Malunguinho é administradora do quilombo negro Aparelha Luzia.

Erika Hilton, mulher negra formada em gerontologia pela Universidade Federal de São Carlos, foi eleita como membra da bancada ativista do PSOL em São Paulo. Ao lado de nove pessoas, ela vai fiscalizar e propor novos rumos para a política paulista, especialmente contra o preconceito de gênero.

Leci Brandão é carioca, mas adotou São Paulo. A sambista está novamente garantida como deputada estadual. Com trabalho reconhecido em prol das mulheres negras e em especial de defesa do povo de Candomblé, Leci é filiada ao PCdoB.


“Quiseram te enterrar, mas não sabiam que eras semente.” definiu PSOL sobre Marielle Franco
Foto: brasil247.com



Em Minas Gerais, a notícia de que Áurea Carolina vai ser outra voz combativa em Brasília, enche de orgulho. A socióloga foi a mulher com o maior número de votos entre candidatos mineiros.

No estado mais negro da nação, Bahia, Olívia Santana fez história ao se tornar a primeira mulher negra eleita deputada estadual. A pedagoga formada pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), foi vereadora durante 10 anos em Salvador. Santana recebeu mais de 55 mil votos.

Ainda, Benedita da Silva chegou a ser agredida por simpatizantes de Jair Bolsonaro durante a campanha, mas foi eleita. A ex-governadora do Rio de Janeiro segue em Brasília com deputada federal, reforçando a representatividade de mulheres negras.

A notícia mais bonita fica para o final. Renata Souza e Mônica Francisco, ex-chefe de gabinete e assessora de Marielle Franco, respectivamente, se elegeram deputadas estaduais no Rio de Janeiro.

Agora, o Congresso Nacional vai ter 74 mulheres entre os 513 parlamentares eleitos. Em 2014, eram apenas 51. Os números ainda são baixos, mas a presença de mulheres negra nos âmbitos federais e estaduais, reafirmam o compromisso da luta de Marielle Franco.

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