quinta-feira, 22 de novembro de 2018

O 'MITO' VIROU REALIDADE

Poderia ser só mais uma blogueira, mas é o primeiro presidente eleito através das mídias sociais

Jair Bolsonaro eleito com 55,7 milhões de votos válidos faz o sinal do coração para seus eleitores
Foto:twitter.com

Bárbara Scarpa 
Fonte: Guilherme Mazui, G1.com, (adaptado), 28/10/2018

O que era piada, tornou-se realidade.  Jair Messias Bolsonaro, do PSL, foi eleito o 38º presidente da República no domingo (28) ao derrotar em segundo turno o candidato Fernando Haddad, do PT.

A vitória foi confirmada com 94,44% das seções apuradas,quando Bolsonaro alcançou 55.205.640 votos (55,54% dos válidos) e não podia mais ser ultrapassado por Haddad, que naquele momento somava 44.193.523 (44,46%). Com 100% das seções apuradas, Bolsonaro recebeu 57,7 milhões de votos e Haddad, 47,7 milhões de votos.

Ao todo, 31,3 milhões de eleitores não compareceram às urnas.  Isso demonstra como a população está desacreditada nos políticos.  Somando os votos nulos e brancos com as abstenções, houve um contingente de 42,1 milhões de eleitores que não escolheram nenhum candidato, cerca de um terço do total. 

No discurso da vitória, Bolsonaro afirmou que o novo governo será um “defensor da Constituição, da democracia e da liberdade”. 

Aos 63 anos, deputado federal desde 1991, e dono de uma extensa lista de declarações polêmicas, Bolsonaro materializou em votos o apoio que cultivou e ampliou a partir das redes sociais para obter o mandato de presidente de 2019 a 2022.

Na campanha, por meio das mídias socias e do aplicativo de mensagens WhatsApp, apostou em um discurso conservador nos costumes, preconceituoso, de aceno liberal na economia, de linha dura no combate à corrupção e à violência urbana e opositor do PT e da esquerda.

Com isso, tornou-se um “mito” eleitoral ao vencer a corrida presidencial  sem alianças formais com grandes partidos, não ter participado de nenhum debate com a justificativa de que não estava apto por conta da facada que sofreu durante ato de campanha em Juiz de Fora (06/09) e pouco tempo na propaganda eleitoral de rádio e TV.



Filhos na política:Carlos, Flávio, Jair e Eduardo Bolsonaro 
Foto:metropoles.com



Paulo Guedes assumiu o papel de embaixador de Bolsonaro junto ao mercado financeiro, e os generais ajudaram a conter resistências ao nome do capitão nas Forças Armadas. Políticos também apoiaram Bolsonaro, a exemplo do deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS), já anunciado como ministro da Casa Civil no novo governo. 

Dentre as propostas de Bolsonaro estão:
  • a redução do número de ministérios dos atuais 29 para cerca de 15, com cortes de cargos;
  • fim das indicações políticas; 
  • redução da carga tributária e desburocratização; 
  • privatização ou extinção de estatais; 
  • reforma política e o fim da reeleição; 
  • redução da maioridade penal; 
  • garantia de retaguarda jurídica de “excludente de ilicitude” para civis e policiais

Entre outras propostas que iremos conhecer a partir de 2019 até 2022. 

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

O CAIXA 2 DE BOLSONARO


Empresários compraram pacotes de mensagens de Whatsapp para difamar o PT e favorecer Boslsonaro



O caso foi revelado pela Folha de São Paulo e repercutido em vários meios de comunicação
Foto: brasil247.com


Bárbara Scarpa
Fonte: Reuters, exame.abril.com (adaptado), 18/10/2018

O PT entrou com um pedido para que a Polícia Federal investigue a suspeita de práticas ilícitas no uso de redes sociais por parte da campanha do candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, incluindo denúncia de que empresas estariam pagando pelo envio de mensagens em defesa do candidato.

Na sua edição desta quinta-feira, o jornal Folha de S. Paulo revela que empresários têm bancado a compra de distribuição de mensagens contra o PT por Whatsapp, em uma prática que se chama pacote de disparos em massa de mensagens, e estariam preparando uma operação para a próxima semana, antes do segundo turno.

Segundo o jornal, cada pacote de disparos em massa custaria cerca de 12 milhões de reais, para o envio de centenas de milhões de mensagens. Ao menos quatro empresas podem ter usado essa prática, segundo o jornal.

A prática pode ser considerada doação de empresas por meio de serviços, o que é proibido pela legislação eleitoral, e não declarada, o que configura caixa 2.

Em entrevista à rádio Tupi nesta manhã, o candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, afirmou que a campanha de Bolsonaro “criou uma verdadeira organização criminosa com empresários que, mediante caixa 2, dinheiro sujo, estão patrocinando mensagens mentirosas no Whatsapp”.

“Nós vamos pedir providências para a Justiça Eleitoral e para a Polícia Federal para que esses empresários corruptos sejam imediatamente presos para parar com essas mensagens de WhatsApp. Já tem nome de empresário, já tem nome de empresa, já tem contrato, o valor pago mediante caixa 2, o que é crime eleitoral”, disse Haddad.

“Nós vamos para a Justiça eleitoral impedir o deputado Bolsonaro de violentamente agredir a democracia como ele fez a vida inteira, nunca respeitou a democracia e não está respeitando nesse momento. Fazer conluio com dinheiro para violar a vontade popular é crime.”

No pedido feito à PF na quarta-feira, o PT solicita a investigação em relação à utilização deliberada de notícias sabidamente falsas (fake news), doação não declarada de verbas do exterior, propaganda eleitoral paga na internet e, por fim, a utilização indevida do WhatsApp. O pedido, no entanto, foi feito antes da revelação da Folha de S. Paulo. Agora, de acordo com a campanha petista, deve incluir a reportagem.

“Os métodos criminosos do deputado Jair Bolsonaro são intoleráveis na democracia. As instituições brasileiras têm a obrigação de agir em defesa da lisura do processo eleitoral”, disse o partido, em nota, nesta quinta-feira. “O PT levará essas graves denúncias a todas as instâncias no Brasil e no mundo. Mais do que o resultado das eleições, o que está em jogo é a sobrevivência do processo democrático.”

Bolsonaro e Haddad na disputa das eleições presidenciais de 2018
Foto: brasil247.com


De acordo com o advogado Guilherme Salles Gonçalves, especialista em Direito Eleitoral e membro fundador da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político, a prática revelada pelo jornal pode ser enquadrada como um caso clássico de caixa 2 eleitoral, com agravantes e poderia levar à cassação da chapa de Bolsonaro.

“É um caso clássico de caixa 2 duplamente qualificado. Primeiro é um caso de gasto a favor da candidatura vindo fora do orçamento da campanha. Depois, é feito por fonte vedada. A decisão do Supremo Tribunal Federal proibiu doação de empresa a partidos e candidatos em qualquer momento, sobretudo em campanha eleitoral”, explicou. “A punição não tem gradação. Ou cassa ou não pune.”

Mesmo que as doações fossem feitas como pessoa física, o advogado explica ainda que a doação de serviços só pode ser realizada por algo que a própria pessoa possa oferecer -seus serviços ou de sua própria empresa. A compra de serviço de terceiros é vedada. Além disso, explica, mesmo que Bolsonaro alega desconhecimento dos fatos, a responsabilização é objetiva e mede a influência que a ação pode ter no resultado da eleição.

O advogado acrescenta ainda que o Whatsapp se enquadra nas regras de uso das redes sociais. Ou seja, eleitores não podem pagar por impulsionamento e nem fazer propaganda disfarçada de um candidato.

Sabendo da proliferação de fake news, o candidato do PSL liderava nas pesquisas com notícias falsas à seu favor e com criações de fake news do candidato do PT. Vale ressaltar a importância da verificação das fontes de notícia (leia mais sobre aqui) e ficar de olho em mensagens encaminhadas do Whatsapp, como correntes e áudios de pessoas desconhecidas.

terça-feira, 20 de novembro de 2018

A LUTA DE MARIELLE CONTINUA

Nessas eleições, o Congresso Nacional terá 74 mulheres entre os 513 parlamentares eleitos  




As candidatas eleitas no Rio de Janeiro dos partidos PSOL e PT
Foto: 
hypeness.com

Bárbara Scarpa
Fonte: Redação hypeness, hypeness.com (adaptado), 08/10/2018

Se tem uma notícia boa em meio ao caos das eleições de 2018, ela mora na conquista de mulheres negras.

Apesar da eleição de deputados defensores do porte de armas, da redução da maioridade penal e com histórico de posturas machistas, representantes do povo negro nas esferas estaduais e federais acendem um fio esperança nos corações dos que acreditam em um futuro melhor para o Brasil.

Isso mostra que a luta de Marielle Franco: mulher negra e a quinta vereadora mais votada no Rio de Janeiro, não foi em vão. Marielle foi assassinada há 7 meses e até hoje não se sabe quem foi o responsável. A ineficiência do Estado é enorme, mas isso não impede que sementes plantadas por ela germinem e deem frutos.

No Rio de Janeiro, terra de Marielle Franco, Talíria Petrone foi eleita a nona deputada federal mais votada no Rio. Ela foi vereadora com trabalho destacado em Niterói e representará mulheres negras no Congresso Nacional.

Em São Paulo, Erica Malunguinho se tornou a primeira mulher transexual a ocupar uma cadeira na Assembleia Legislativa paulista. Antes mesmo de assumir o cargo, a agitadora cultural se tornou um símbolo da luta pela diversidade. Malunguinho é administradora do quilombo negro Aparelha Luzia.

Erika Hilton, mulher negra formada em gerontologia pela Universidade Federal de São Carlos, foi eleita como membra da bancada ativista do PSOL em São Paulo. Ao lado de nove pessoas, ela vai fiscalizar e propor novos rumos para a política paulista, especialmente contra o preconceito de gênero.

Leci Brandão é carioca, mas adotou São Paulo. A sambista está novamente garantida como deputada estadual. Com trabalho reconhecido em prol das mulheres negras e em especial de defesa do povo de Candomblé, Leci é filiada ao PCdoB.


“Quiseram te enterrar, mas não sabiam que eras semente.” definiu PSOL sobre Marielle Franco
Foto: brasil247.com



Em Minas Gerais, a notícia de que Áurea Carolina vai ser outra voz combativa em Brasília, enche de orgulho. A socióloga foi a mulher com o maior número de votos entre candidatos mineiros.

No estado mais negro da nação, Bahia, Olívia Santana fez história ao se tornar a primeira mulher negra eleita deputada estadual. A pedagoga formada pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), foi vereadora durante 10 anos em Salvador. Santana recebeu mais de 55 mil votos.

Ainda, Benedita da Silva chegou a ser agredida por simpatizantes de Jair Bolsonaro durante a campanha, mas foi eleita. A ex-governadora do Rio de Janeiro segue em Brasília com deputada federal, reforçando a representatividade de mulheres negras.

A notícia mais bonita fica para o final. Renata Souza e Mônica Francisco, ex-chefe de gabinete e assessora de Marielle Franco, respectivamente, se elegeram deputadas estaduais no Rio de Janeiro.

Agora, o Congresso Nacional vai ter 74 mulheres entre os 513 parlamentares eleitos. Em 2014, eram apenas 51. Os números ainda são baixos, mas a presença de mulheres negra nos âmbitos federais e estaduais, reafirmam o compromisso da luta de Marielle Franco.

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

FAKE NEWS: COMO SABER A VERACIDADE DAS NOTÍCIAS?

A onda das notícias falsas é preocupante e os usuários de WhatsApp precisam ficar mais atentos

Fake News: eleita a palavra do ano,  pelo dicionário inglês da editora Collins
Foto: noticias.yahoo.com

Por Bárbara Scarpa
barbara.scarpa.framil@gmail.com

Em época de eleições, o assunto mais comentado na mídia e em conversas com amigos são as famosas Fake News. Recentemente, a Folha de São Paulo descobriu que empresários têm bancado a compra de distribuição de mensagens em massa contra o PT por WhatsApp (clique aqui para saber maisA maior parte da proliferação de notícias falsas acontece em época de eleição, e é importante saber como identificá-las.

Não é à toa que Fake News foi eleita a palavra do ano, mesmo não sendo uma palavra pelo dicionário inglês da editora Collins. Como as pessoas procuram saber se a notícia recebida pelo WhatsApp é verdadeira? Será que elas acreditam nas mensagens enviadas por amigos no aplicativo?

Segundo Elisa Soupin, 29 anos, apuradora da TV GLOBO, “os grupos de WhatsApp podem ser fontes muito boas e costumam ajudar porque é onde circula muita informação sobre tiroteios, arrastões, assaltos. Mas muitas dessas mensagens são falsas.” Ela também informou “a gente dá o número durante o jornal e as pessoas mandam muitas informações para nós.”

As notícias transmitidas em telejornais, por exemplo, são sempre apuradas e revisadas antes de serem passadas na tv, como diz Elisa “Notícia boa é notícia no ar”, mas e as notícias informais que recebemos via WhatsApp? Essa é uma questão problemática. 

Vemos muitas pessoas acreditarem veemente em tudo que é espalhado por esse aplicativo. Para Cássia Chaffin, jornalista e psicóloga “O ser humano é crente. Ele precisa acreditar em alguma coisa. As pessoas tomam um discurso como se fosse verdade de uma maneira muito rápida. Essa necessidade de acreditar em alguma coisa é intrinsicamente humana.”

Vivemos na era da tecnologia, e recebemos diversos conteúdo com muita velocidade. E na maioria das redes sociais, podemos seguir uma página de jornal, ou um blog de jornalismo independente. Boa parte dos usuários das redes sociais seguem páginas de jornalismo, como é o caso de Angelo Bruno, 24 anos, formado em economia pela UFRJ, “Costumo ler jornais e revistas como: O Globo, Extra, Folha de SP; TV: Globo News e Rede Globo; Internet: Twitter e sites como G1”. Já Rejane Grivot, 75 anos, autônoma, “Leio o jornal O Globo, a revista Veja e assisto ao Globo News, às vezes vejo o Jornal da Globo e não tenho celular, mas meus vizinhos me contam várias notícias que recebem pelo WhatsApp.”

Rejane Grivot tem o costume de ler seu jornal diariamente
Foto: Bárbara Scarpa

Rejane Grivot, lê o jornal impresso O Globo todos os dias e pondera “eu acredito mais ou menos nos jornais e já li muitas notícias falsas de políticos”. O economista, Angelo Bruno, diz “Uma vez li uma notícia falsa e acreditei, mas logo depois descobri que era mentira. Geralmente analiso a fonte da notícia e procuro no Google o assunto para saber se é verdade.”

As notícias falsas, na maioria das vezes, transmitidas por WhatsApp, pode ocasionar danos na vida de uma pessoa. Para as pessoas não acreditarem em tudo que elas recebem “um grande segredo é você ter sempre um desconfiômetro, se você recebe uma notícia da qual não tem certeza, procura em veículos grandes, como Extra, Globo, Folha de São Paulo. Se nenhum grande veículo confirmou, você tem que ficar minimamente desconfiado, porque só a notícia do WhatsApp não é nada”, pontua Elisa Soupin.

Para identificarmos se uma notícia é real, é sempre bom lê-la inteira e procurar saber se a fonte é de veículo confiável ou não. Sabe aquela mensagem que te mandaram no WhatsApp falando que tal político fez tal coisa e você não tem certeza se aconteceu? Uma dica fácil pode ser antes de repassá-las buscar na internet se algum site de jornalismo reconhecido publicou algo sobre o assunto.



O 'MITO' VIROU REALIDADE

Poderia ser só mais uma blogueira, mas é o primeiro presidente eleito através das mídias sociais Jair Bolsonaro eleito com 55,7 mil...