Nessas eleições, o Congresso Nacional terá 74 mulheres entre os 513 parlamentares eleitos
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As candidatas eleitas no Rio de Janeiro dos partidos PSOL e PT Foto: hypeness.com |
Bárbara Scarpa
Fonte: Redação hypeness, hypeness.com (adaptado),
08/10/2018
Se tem uma notícia boa em meio ao caos das eleições de
2018, ela mora na conquista de mulheres negras.
Apesar da eleição de deputados defensores do porte de
armas, da redução da maioridade penal e com histórico de posturas machistas,
representantes do povo negro nas esferas estaduais e federais acendem um fio
esperança nos corações dos que acreditam em um futuro melhor para o Brasil.
Isso mostra que a luta de Marielle Franco: mulher negra e a
quinta vereadora mais votada no Rio de Janeiro, não foi em vão. Marielle foi
assassinada há 7 meses e até hoje não se sabe quem foi o responsável. A
ineficiência do Estado é enorme, mas isso não impede que sementes plantadas por
ela germinem e deem frutos.
No Rio de Janeiro, terra de Marielle Franco, Talíria
Petrone foi eleita a nona deputada federal mais votada no Rio. Ela foi vereadora
com trabalho destacado em Niterói e representará mulheres negras no Congresso
Nacional.
Em São Paulo, Erica Malunguinho se tornou a primeira mulher
transexual a ocupar uma cadeira na Assembleia Legislativa paulista. Antes mesmo
de assumir o cargo, a agitadora cultural se tornou um símbolo da luta pela
diversidade. Malunguinho é administradora do quilombo negro Aparelha Luzia.
Erika Hilton, mulher negra formada em gerontologia pela
Universidade Federal de São Carlos, foi eleita como membra da bancada ativista
do PSOL em São Paulo. Ao lado de nove pessoas, ela vai fiscalizar e propor
novos rumos para a política paulista, especialmente contra o preconceito de
gênero.
Leci Brandão é carioca, mas adotou São Paulo. A sambista
está novamente garantida como deputada estadual. Com trabalho reconhecido em
prol das mulheres negras e em especial de defesa do povo de Candomblé, Leci é
filiada ao PCdoB.
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“Quiseram te enterrar, mas não sabiam que eras semente.” definiu PSOL sobre Marielle Franco Foto: brasil247.com |
Em Minas Gerais, a notícia de que Áurea Carolina vai ser outra voz combativa em Brasília, enche de orgulho. A socióloga foi a mulher com o maior número de votos entre candidatos mineiros.
No estado mais negro da nação, Bahia, Olívia Santana fez
história ao se tornar a primeira mulher negra eleita deputada estadual. A
pedagoga formada pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), foi vereadora
durante 10 anos em Salvador. Santana recebeu mais de 55 mil votos.
Ainda, Benedita da Silva chegou a ser agredida por
simpatizantes de Jair Bolsonaro durante a campanha, mas foi eleita. A
ex-governadora do Rio de Janeiro segue em Brasília com deputada federal,
reforçando a representatividade de mulheres negras.
A notícia mais bonita fica para o final. Renata Souza e
Mônica Francisco, ex-chefe de gabinete e assessora de Marielle Franco,
respectivamente, se elegeram deputadas estaduais no Rio de Janeiro.
Agora, o Congresso Nacional vai ter 74 mulheres entre os
513 parlamentares eleitos. Em 2014, eram apenas 51. Os números ainda são
baixos, mas a presença de mulheres negra nos âmbitos federais e estaduais,
reafirmam o compromisso da luta de Marielle Franco.
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